Regresso da Hipnose
Está na hora de ver se realmente tem um lugar na medicina convencional
Esta tradução, segue o mesmo artigo publicado em Dezembro de 2019, em que se apresenta alguns fundamentos para a eficácia da Hipnose Clínica e muitos mais irão ser indicados futuramente, ao mesmo tempo que se procura deixar explícito a diferença entre a Hipnose de palco e a ferramenta brilhante que é a Hipnose Clínica, utilizada por profissionais habilitados, (https://www.ahcp.pt) para ajudar as pessoas a usar a sua mente a seu favor, a tratar e a melhorar a qualidade da sua vida mental, o que se reverte em melhoria em todos os aspetos da sua vida.
Sabe o que eles chamam de medicina alternativa, que se provou que funciona? Remédio. É o que afirma Tim Minchin no seu poema “tempestade”, no qual ele defende o tratamento conduzido por evidências.
Temos uma longa história de terapias que pareciam não ser nada, apenas para se provar que afinal são um remédio maravilhoso. Na década de 1980, dois cientistas australianos mostraram que as úlceras estomacais eram causadas por bactérias e não pelo stress. Como resultado, simples antibióticos poderiam tratar um problema outrora considerado incurável. Mas as convenções médicas demoraram um pouco para convencer. A dupla ganhou o prémio Nobel por ter a “tenacidade de desafiar o dogma predominante”. Tenacidade é exatamente o que é necessário agora, na identificação do lugar da Hipnose Clínica na medicina convencional.
As pessoas têm razão para ser céticas, devido às suas origens sensacionalistas, mas cada vez mais se apresentam evidências em como a Hipnose Clínica é realmente promissora como terapia médica – ajudando médicos a fazer cirurgias com muito menos efeitos colaterais e com menos custo, minimizando as dores crónicas, promovendo as técnicas de perda de peso e com um potencial enorme em ajudar numa crise internacional no que respeita às dependências.
Mas nenhuma convenção deve aceitar qualquer medicina alternativa, até que se obtenha evidências sólidas sobre o que funciona e o que não funciona. É até onde a tenacidade o leva. Também precisamos de investimentos e estudos rigorosos e quando se trata de hipnose, estes ainda são escassos.
Por exemplo, apesar da sua popularidade como meio para parar de fumar, uma revisão recente não encontrou boas evidências de que a hipnose ajuda. O que não significa que não o faça, diz Jamie Hartmann – Boyce, da Universidade de Oxford, devido à pesquisa relevante ter sido tão mal projetada, o que torna impossível afirmar com certeza, seja para o positivo ou negativo. “É uma questão tão importante, que precisamos de ensaios maiores e melhores”, diz ela.
A hipnose pode ser difícil de definir e de estudar, mas as recompensas podem ser enormes. Com sugestões que podem potencialmente reduzir a dependência de opióides, drogas que matam cerca de 130 pessoas só nos EUA, todos os dias, devido a overdose, certamente vale a pena levar a hipnose a sério.
O júri está inclinado para medicinas alternativas como a homeopatia (outrora também considerada uma falácia…), mas isso não nos deve impedir de explorar outros tratamentos incomuns – nunca se sabe, pode muito bem levar a um prémio Nobel.
No seguimento da tradução feita e publicada em Dezembro de 2019 (“O poder curador da sua mente”), baseada no mesmo artigo, é importante estabelecer a diferença entre a hipnose de palco (“Fumo e espelhos”) e a Hipnose Clínica, na medida em que a intenção com que as pessoas se apresentam para determinado fim, determina em larga medida o sucesso do hipnotizador. A verdade é que nenhum hipnotizador pode fazer com que faça algo contra a sua vontade, apesar do que as acrobacias do mentalista de TV Derren Brown (e outros pelo mundo fora…) podem sugerir. Em 1939, cientistas mostraram que voluntários hipnotizados, realizavam atos arriscados, como apanhar cobras venenosas, sugerindo de que não estavam a agir segundo a sua vontade. Mas experiências posteriores revelaram que a maioria das pessoas faria essas coisas hipnotizadas ou não, simplesmente porque haviam sido pressionadas para o fazer por uma pessoa com autoridade. Quando solicitados a realizar os mesmos atos fora dessas configurações, todos os participantes disseram que não.
“A verdade é que as pessoas que são levadas ao palco e hipnotizadas sentem-se obrigadas a terem o comportamento que têm”, diz Michael Heap, psicólogo clínico da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. “Principalmente porque essas pessoas são colocadas na frente de uma audiência. Eles sabem o que se espera deles. Na verdade, estão apenas a obedecer ao hipnotizador, estão a cooperar, a cumprir a intenção da autoridade (de livre vontade acrescente-se!)
Na Hipnose Clínica o cliente está sempre em controlo, pode interromper sempre que queira e tudo, absolutamente tudo, é analisado sempre com o paciente e pré combinado. O paciente é sempre quem decide o que quer resolver e nada é feito sem o seu consentimento. Chama-se ética, algo fundamental e respeitado pelos Hipnoterapeutas Clínicos, membros da AHCP – Associação de Hipnose Clínica de Portugal (https://www.ahcp.pt).
Tradutora do artigo: Sónia Lucas, Hipnoterapeuta Clínica pela London College of Clinical Hypnosis (https://www.lcchportugal.com/ ), membro e faz parte dos Órgãos sociais da AHCP – Associação de Hipnose Clínica de Portugal, (https://www.ahcp.pt/) , onde pode ver a lista dos Hipnoterapeutas clínicos credenciados para exercer a prática em Portugal e que têm supervisão clínica
Artigo original: