Março 30, 2021

Hipnose para a Saúde

Podem os transes funcionar?

Você já viu alguém ser hipnotizado? Eles podem ter sido colocados em transe e instruídos a fazer coisas disparatadas. Mas a hipnose pode (e é usada na hipnose clínica) ser usada para mais do que apenas programas sensacionalistas. Também está sendo estudada (faz muitos anos) para tratar certas condições de saúde.

A hipnose médica (e a hipnose clínica) visa melhorar a saúde e o bem-estar. Pode ajudar a relaxar e a focar a sua mente – e torná-lo mais receptivo a novas ideias (e a fazer as mudanças que pretende).

A técnica geralmente tem duas partes (na hipnose clínica há um vasto leque de técnicas, consoante o objectivo terapêutico e leva sempre em consideração o ser que o cliente é).Primeiro, o terapeuta, o profissional de saúde, chama a sua atenção, convidando- @ a se concentrar em algo, como um objeto ou a respiração. Quando você se concentra assim, o seu cérebro torna-se mais aberto a sugestões.

“O foco torna o cérebro mais flexível”, explica o Dr. Mark P. Jensen, um especialista em dor da Universidade de Washington que pesquisa a hipnose.

Em seguida, o terapeuta pode oferecer uma sugestão útil. Por exemplo, se sua meta é controlar a dor, o provedor pode sugerir que você se sinta mais confortável. Ou eles podem sugerir que você se concentre em ser capaz de lidar com a dor com mais facilidade.

“A hipnose aproveita o fato de que as pessoas são capazes de estar abertas, mais receptivas para absorver novas ideias”, diz Jensen. “Você chama a atenção de alguém e, em seguida, oferece-lhe uma nova maneira de olhar para um problema, que o tornará mais fácil de gerir.”

Além da dor, estudos sugerem que a hipnose pode ajudar a controlar a síndrome do intestino irritável e o transtorno de stress pós-traumático. Os pesquisadores também estão a estudar a hipnose para transtornos do humor.

“Existem evidências emergentes de que é útil para ajudar as pessoas a controlar a depressão e a ansiedade, incluindo a ansiedade em torno de procedimentos médicos e cirurgias”, diz Jensen.

Algumas pessoas respondem à hipnose com mais facilidade do que outras. Também é mais eficaz se você quiser ser hipnotizado. A hipnose não é o controle da mente por outra pessoa.

“Estamos todos abertos a novas ideias em algum nível”, diz ele. “Com pessoas que têm mais facilidade em entrar nesse estado hipnótico, são necessárias menos sessões. Mas todos podem responder em algum nível à hipnose. ”

Estudos de imagem estão a lançar luz sobre o que acontece no cérebro durante a hipnose. “A hipnose é uma técnica particularmente poderosa para mudar a atividade cerebral”, diz Jensen.

Os pesquisadores descobriram que diferentes sugestões hipnóticas podem afetar diferentes partes do cérebro. A dor envolve sensação e emoção.

Uma sugestão hipnótica para maior conforto altera a atividade cerebral nas áreas que processam a intensidade das sensações.

“Se eu sugerir que essas sensações não o incomodam mais, a atividade da parte do cérebro que processa o quanto você está chateado pela dor diminui”, diz Jensen. “Mas a parte do cérebro que processa a intensidade da sensação não muda necessariamente.” (Mas como é a nossa perpepção do que se passa que nos induz a sentir de determinada forma, mudando a percepção, podemos muito bem, com treino adequado mental, alterar o próprio evento, ou a intensidade deste, porque mudamos a forma como o sentimos).

A forma como um medicamento trata a dor é diferente. Se você tomar um opioide para aliviar a dor, todo o seu cérebro pode ser afetado, incluindo as partes que processam as sensações. A dor pode passar, mas pode haver efeitos colaterais. Isso pode incluir prisão de ventre, problemas respiratórios e até mesmo vício.

Mais estudos são necessários para avaliar completamente os benefícios potenciais da hipnose e como ela pode funcionar. Sabemos que a hipnose não funciona para todos. “Há algumas pessoas – muito poucas – que isso só ajuda um pouco”, diz Jensen. “Há outras pessoas cujas vidas podem mudar completamente para melhor com tratamentos hipnóticos. A maioria das pessoas está em algum lugar no meio. ” (Isto se deve  ao excesso de estímulo mental das últimas décadas e da falta de prática que a generalidade das pessoas tem em entrar neste estado mental, de forma voluntária. A diferença entre pessoas que estão habituadas a fazer meditação, auto-hipnose e as que não estão, é enorme. Tudo requer tempo e treino para alcançar benefícios e isso varia na forma em como tem cuidado da sua mente. Se não lhe der oportunidades diárias em relaxar e conduzi-la para o estado mental da forma como se quer sentir, seja ela qual for, mais difícil se torna).

Tradutora do artigo

Sónia Lucas, Hipnoterapeuta Clínica pela London College of Clinical Hypnosis (https://www.lcchportugal.com/ ), membro e faz parte dos Órgãos sociais da AHCP – Associação de Hipnose Clínica de Portugal, (https://www.ahcp.pt/) , onde pode ver a lista dos Hipnoterapeutas clínicos credenciados para exercer a prática em Portugal e que têm supervisão clínica

Artigo original/original article:

https://newsinhealth.nih.gov/2019/07/hypnosis-health?fbclid=IwAR1QEmtI-3r0qujUZtpOnw1z8cvPYlDPAwI9PxZDrhnKD6NMRTAKwFwAFaM